sexta-feira, outubro 28, 2005

Isto de andar de transportes públicos...

Começo a achar que a maioria das pessoas que andam de transportes públicos tem medo que a porta fuja…digo isto porque irrita-me profundamente quando há um aglomerado de gente desde a porta de trás do autocarro, até à porta da frente, e depois lá atrás o “corredor” está vazio…e alguns lugares sentados também! Epah, eu não entendo!

Ainda se fosse gente que fosse sair na paragem seguinte…mas não!! O pessoal tem mesmo medo que as portas fujam do sítio e que ninguém possa sair! Só encontro esta explicação!

Na minha opinião isso é apenas uma das inúmeras formas de se ver que há um egoísmo e egocentrismo agudo entre nós.

O pessoal não pensa que pelo facto de haver um aglomerado de gente junto à porta de entrada, muitas vezes o motorista não abre a porta às pessoas que estão na paragem à espera.

Parece que o pessoal tem medo de perder a porta, tem medo de se sentar, tem gosto em estar apertadinho…

Isto é o que eu vejo que se passa nos autocarros. Mas no metro também há coisas caricatas. Acho “piada” ao pessoal que quer entrar e em vez de deixar sair primeiro os que estão lá dentro, entram logo…ou então àqueles que não entram mas também deixam-se ficar em frente à porta em vez de dar passagem a quem quer sair…não seria mais fácil ficar de lado e à medida que o pessoal vai saindo, ir entrando? Pelo menos comigo resulta…

terça-feira, outubro 18, 2005

Vizinhos

Há de todos os géneros e feitios. Os gordos, os magros, os altos, os minorcas, os cuscos, os discretos…

É engraçado como nos referimos aos nossos vizinhos quando estamos a falar em família.

Muitas vezes basta uma palavra e sabemos logo de qual se trata. Pode ser “o manco”, “o taxista”, “o homem do gato”, “o irlandês”, “a casa do senhor doutor”, “os gémeos”, “a rapariga que atravessa atrás do 20”, “o homem do fato de treino”, “a mulher dos gatos”… enfim, tantos, tantos!!

Mas os vizinhos são seres tão engraçados. Sabemos tanto e tão pouco sobre eles.
Há aqueles vizinhos que vemos quase todos os dias, ou pelo menos uma vez por semana, mas com quem nunca falamos, porque nunca se proporcionou. Mas o engraçado é que se os encontrarmos do outro lado do planeta, somos capazes de lhes fazer um grande sorriso e perguntar “então, por aqui? Também veio passear?”.

Isto falando do modelo que abrange todas as faixas etárias. Se misturarmos Internet à conversa, a coisa muda, e em vez de ser do outro lado do planeta, basta encontrarmos um(a) vizinho(a) num programa qualquer para se dizer abertamente “eu vejo-te, eu conheço-te” e daí, quem sabe, criar laços de amizade.

Isto tudo para dizer que sabe bem ter vizinhos, ter o nosso cantinho no mundo onde basta irmos à janela para vermos uma cara conhecida. Sabe bem pensar que as viagens para o “martírio” (aulas, escola, faculdade) podem ser menos tortuosas se formos na companhia dos nossos vizinhos…quando aparece!! (há-de haver alguém que ao ler deve sentir-se picado…).

Claro, não posso esquecer que também há aqueles vizinhos, mais as vizinhas, que falam, falam, falam, falam (falam)…aqueles que metiam conversar com os pais quando éramos crianças e estávamos ansiosos por chegar a casa (para brincar, ver desenhos animados, fazer xixi..)…

Enfim, coisas que de certeza acontecem em todos os bairros, mas que me fazem ter uma adoração especial pelo meu (menos aquela rua que detesto subir e a outra que detesto descer).

Até os gritos irritantes, e os pontapés nos caixotes do lixo, que quase todas as noites oiço, me fariam sentir saudades deste meu cantinho debaixo da ponte.

Depois há aqueles vizinhos que vão à janela e gritam “LUMYYY”…mas isso já são outras freguesias…

sexta-feira, outubro 14, 2005

Gémeos

Desde que me conheço sei distinguir sem problema algum as minhas tias gémeas. Muitos dizem que são muito parecidas, que até as confundem...eu sempre soube quem era uma, quem era outra.

Quando era pequenininha tinha duas colegas que eram gémeas, mas essas eram bem diferentes. Até achava que uma delas era mais parecida comigo do que com a gémea...
Na escola tive um colega que tinha um irmão gémeo. Aí o caso já era diferente. Eram os dois muito parecidos e não adiantava de nada sorrir para saber se era um ou outro, dependendo do feedback, ambos sorriam...

Há pouco tempo um anjo qualquer põe-me mais um amigo na minha vida. Um dos grandes amigos...e tem um gémeo!! Mas ainda não tive oportunidade de vê-lo. Mas já me pus a pensar que se um dia eu for na rua e vir aquela figura, provavelmente soltarei um grito de guerra a chamar por ele a pensar que é o que conheço. Ou talvez se acenda alguma luz que me diga "não faças isso! pode ser o outro!", ou então ache estranho não ver um sorriso. Bom, aí não terei outra alternativa, vou ter de passar ao lado de uma pessoa com figura (quase) igual à de um grande amigo, sem dizer um simples olá. Vai ser estranho.

Mas mais estranho ainda é ver um par de gémeos com alguma regularidade, de repente tornar-me amiga de um deles, e nem assim conseguir distinguir. Foi o que me aconteceu há pouco. Por acaso, depois de alguns segundos a pensar "sorrio? não sorrio? será? não será?", lembrei-me de reparar no corte de cabelo. Fiquei esclarecida.

Foi uma sensação tão estranha. Olhar para uma figura que já parece tão próxima e pensar que não é mais do que uma imagem, porque o "conteúdo" que conheço não está ali.

Enfim, coisas da Natureza...

quinta-feira, outubro 13, 2005

Chuvinha sim! Maus locutores não!

Finalmente a chuva lembrou-se deste pedaço de terra à beira mar plantado!! Ouvi dizer que ontem ou anteontem choveu mais do que nos meses de Novembro e Dezembro juntos, do ano passado!

Passámos um Verão sem nuvens no céu, mas com uma nuvem cinzenta a pairar sobre nós...o que iria acontecer caso não começasse a cair água do céu? Instalou-se uma preocupação quase geral. E digo quase porque há um locutor de uma conhecida estação de rádio da capital (não, não é da rádio Capital) que já por duas vezes caiu na estupidez e ignorância ao se lamentar por termos chuvinha em cima de nós!

Possivelmente, se tivesse animais para alimentar, torneiras onde corre apenas um fio de água, ou se fosse dar uma voltinha por Santarém para ver o estado do Rio Tejo, já teria um discurso diferente. Talvez não fosse preciso tanto, talvez a sensatez e a capacidade de percepção de problemas fossem suficientes para bloquear comentários desses...

terça-feira, outubro 11, 2005

Poupar é um luxo

Acho imensa graça ao facto de haver quem se queixe que o €uro é escorregadio, mas esquecer-se que nós, consumidores, é que temos a decisão final sobre onde usar o nosso dinheirinho.

Há aquela parte da população que realmente não tem, e por não ter não pode gastar. A esses olho com admiração por conseguirem sobreviver.

Depois há aquela parte que está sempre a lamentar-se que a vida está cara, mas nem por isso se dá ao luxo de poupar um pouco mais. Até parece ser algo contraditório dizer isto, mas faz sentido se pensarmos que só poupa quem pode poupar. Poupar já é um luxo. Não daqueles como um bruto BMW série 5, nem um Mercedes topo de gama, mas não nem toda a gente tem possibilidade de poupar, como outros gostariam…

E são esses, os que podem poupar e não poupam, que me causam alguma incompreensão. Não me vou armar em detentora da razão e dizer que me dou ao luxo de poupar, não vou por esse caminho. Vou sim por um outro caminho onde me sinto à vontade para dizer que faço os possíveis para concretizar esse luxo.

Verdade seja dita, não é difícil de todo. O que dificulta são os nossos olhos gulosos e a nossa ânsia por coisas novas, por algo que nos faça acreditar que ainda temos algum poder de compra.

Mas a maioria das coisas difíceis tornam-se mais acessíveis quando carregamos num botão que temos no nosso cérebro que liga a força de vontade.

Poupar implica o termo de uma série de vícios ou hábitos que podem perfeitamente ser suprimidos, e saber abdicar de certas coisas em proveito de outras.

Isto tudo para dizer que muitas vezes não compreendo o que me rodeia!

domingo, outubro 09, 2005

Deficientes em Portugal

Há coisas muito complicadas para a minha cabeça entender!Aliás, coisas tão incompreensíveis que só um Estado é capaz de entender...ou fingir que entende!

Digo isto porque soube que o Estado não comparticipa uma cadeira especial para um deficiente motor, no valor de quatrocentos contos (em moeda antiga), argumentando ser um bem de luxo! Na óptica do Estado, um deficiente deve ficar em casa ou os familiares devem levá-lo ao colo se quiserem levar o deficiente à rua.
Neste pais, um deficiente motor sair à rua é um luxo!

Mas depois, em épocas de campanha, são capazes de nos bombardear com pseudo-preocupações com deficientes.

Mas há inúmeros problemas que os felizardos de boa saúde não se apercebem. Ao que parece, uma companhia aérea não vende viagens a deficientes nos meses de Julho e Agosto. A razão é simplesmente estupida e típica de quem só consegue ver cifrões à frente, é que, segundo essa companhia (um dia direi qual), as cadeiras dos deficientes ocupam muito espaço nos aviões o que não lhes permite maximizarem o lucro de vendas de passagens.

Isto acontece cá no nosso Portugal.
Mais tarde hei-de dar a morada de um site que fala sobre isso.