Ouvidos para ouvir e boca para "replay"
Há uns dias, ou semanas, aconteceu-me algo que com certeza já aconteceu a mais alguém. Soube algo sobre a vida de uma outra pessoa, que apenas conheço de vista e de um olá esporádico. É uma coisa triste, que de certeza que essa pessoa desabafou com alguém num momento de enorme tristeza e sofrimento. Esse alguém contou a outros, e dentro desses outros estava a pessoa que me contou.
Com que cara é que eu vou olha para esse rapaz quando cumprimentar o Gui? Será justo para aquela pessoa, estar a falar com ele e comigo e nem sequer imaginar que sabemos algo sobre a sua vida familiar?
E será justo para as pessoas envolvidas nessa história?
Há pessoas a quem confiamos coisas da nossa vida pensando que não vão sair dali. Mas acabam por sair. Deve ser por isso que conto tão pouco a outros, e me limito aos que já me deram provas de amizade, sinceridade e de confiança.
É que estou, ou sinto-me, numa situação em que não sei muito bem o que fazer. Agir como se não soubesse de nada? Não dizer nada ao coitado que foi vítima de uma lingua grande? Não dizer nada à portadora de lingua grande?
Sinceramente, acho que tanto um como outro devem ouvir alguma coisa, mas verdade seja dita, não tenho o direito de fazer com que o coitado se lembre de tais coisas e converse comigo sobre isso. Talvez não fosse má ideia alertar à "lingua grande" para se calar quando é para haver silêncio.
Isto é daquelas coisas que acontece a todos, todos os dias, a qualquer hora, por qualquer motivo. Por isso, meus amigos, cuidado quando desabafam qualquer coisa da vossa vida. Nunca se sabe se quem está à nossa frente é só ouvidos ou se é ouvidos e boca com botão "replay"...
1 Comments:
Priminha,
Cá estou eu, mais uma vez, para te dizer palavras belas e sinceras sobre os teus textos. Adorei este em particular. Está lindo e revela um grande carácter da tua parte, que, aliás, eu sempre soube que tens. Mas priminha, permite-me que faça um ligeiro acrescento. Para a próxima, quem quer que seja, se perceberes que te vai contar algo alheio, faz-lhe somente este reparo: - "fulano (a) se vens falar da vida d'outrem, nomeadamente do que te foi confidenciado, permanece calado". Não sintas o acrescento como reparo ou juízo de valor, pois não é. Acontece que no momento em que estamos a escutar alguém traiçoeiro, somos apanhados desprevenidos. Olha que esta situação já me aconteceu (com ligeiras nuances).uma suposta "amiga", desvirtuou o que lhe contei (sobre uma dada situação que ocorreu comigo, há muitos anos) e recontou a história de forma totalmente diferente, por isso registei e neste momento já não lhe digo mais nada. Também não somos responsáveis pelo que os outros falam de nós. Mas daí a desvirtuar as coisas! Apenas lhe estou grata, (claro ela não sabe da minha gratidão) por me ter contado que recontou a dita mentira. Ela só agora se me referiu a esse seu gesto sem carácter, por estar um pouco fragilizada, caso contrário jamais eu saberia. Todavia, por norma, não sou nuito de contar a fundo a minha vida, por isso vivo tranquila.
Este teu texto é uma grande lição. Deviam muitos poder lê-lo e reter alguma coisa boa que ele transmite. Vê se chega a algumas pessoas que nós conhecemos. Sabes a quem me refiro.
Eu estou aprendendo muito contigo, apesar da tua tão pouca idade e experiência de vida, mas quando se tem carácter é bom imitarmos essa pessoa, que no caso, és tu, minha querida priminha de quem tanto gosto.
Um beijinhooooooooooooo grande Dé
quarta-feira, setembro 21, 2005 10:32:00 da manhã
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